Cultural

Sambista Imortal: a tradicional homenagem da Mocidade Alegre

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Foi nas primeiras 24 Horas de Samba, realizadas em 1972 para comemorar os 5 anos de fundação da Mocidade Alegre, que o saudoso presidente Juarez da Cruz instituiu a homenagem ao Sambista Imortal. Era um período em que a escola já tinha a intenção de manter o intercâmbio com sambistas de outras agremiações de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. E esse intercâmbio era facilitado pelo “trio de ouro”: o carioca Edson Machado (então carnavalesco), o santista J. Muniz Júnior (presidente da Império do Samba, madrinha da escola) e do paulistano Eduardo Nascimento.

A honraria é concedida a componentes de outras agremiações que são considerados exemplos de amor e dedicação ao samba e a personalidades políticas, empresariais ou da comunicação que, em sua carreira, prestaram serviços que valorizaram e enobreceram a cultura sambística. Como em 1972, o anúncio do Sambista Imortal, a leitura de seu currículo (elaborado pelo Departamento Cultural) e a entrega do diploma é feito antes da roda de pavilhões, com os mesmos ostentados pelos casais de mestre-sala e porta-bandeira presentes. A primeira personalidade homenageada foi Madrinha Eunice, fundadora da Lavapés – a mais antiga escola de samba da cidade.

Desde então, a tradição jamais foi quebrada. Em 2011, o homenageado Marko Antonio (presidente da coirmã Tom Maior) veio a falecer quatro meses antes da festa, e a escola manteve a homenagem prometida, que foi entregue aos seus familiares. Mesmo na pandemia, com as 24 Horas de Samba sendo apresentadas de forma remota pelo Youtube, foram homenageados o produtor Pelé Problema (2020) e o empresário Roberto da Contemporânea (2021).

Confira a seguir todos os sambistas agraciados desde a criação da homenagem:

GALERIA DOS SAMBISTAS IMORTAIS DA MORADA DO SAMBA (1972 – 2022)

1972 – Madrinha Eunice
1973 – Zezinho do Morro
1974 – Pé Rachado
1975 – Sr. Inocêncio (Mulata)
1976 – Carlão do Peruche
1977 – B. Lobo
1978 – Geraldo Filme
1979 – Mala da Tatuapé
1980 – Sr. Nenê
1981 – Jangada
1982 – Evaristo de Carvalho
1983 – Sr. Sinval – Império do Cambuci
1984 – Osmar de Carvalho (Ex-presidente da UESP)
1985 – Chiclé da Vai-Vai
1986 – Dona Olímpia
1987 – Lagrila
1988 – Zulu
1989 – Mestre Feijoada
1990 – Betinho
1991 – Macalé
1992 – Eduardo Basílio
1993 – Fernando Penteado
1994 – Pinheiro da Instalson
1995 – Waltinho do Peruche
1996 – Elias do Palácio das Plumas
1997 – Robson de Oliveira
1998 – Sólon Tadeu
1999 – Miguel da Contemporânea
2000 – Mercadoria
2001 – Professor Jesse
2002 – Sidnei Carrioulo
2003 – Magali dos Santos
2004 – Mestre Divino
2005 – Leci Brandão
2006 – Celso Jatene
2007 – Ediléia dos Santos
2008 – Royce do Cavaco
2009 – Thobias da Vai-Vai
2010 – Gilberto Kassab
2011 – Marko Antonio (Markinho Tom Maior)
2012 – Ernesto Teixeira
2013 – Osmar Costa
2014 – Dona Guga
2015 – Seu Jamil
2016 – Mestre Gabi
2017 – Mestre Tadeu
2018 – Milton Leite
2019 – Dona Cida (Maria Apparecida Urbano)
2020 – Pelé Problema
2021 – Roberto da Contemporânea
2022 – Glorinha Embaixatriz

Texto: Fábio Parra/Departamento Cultural